quarta-feira, 13 de outubro de 2010

GRANDE DEFESA DE BAÍA !


De Vítor Baía conheço, apenas, a sua notável carreira como jogador de futebol.
A sua passagem a dirigente do clube que o notabilizou como jogador, e de que é adepto, foi curta, e a sua saída, a meu ver, muito mal explicada, pelo que não me é possível ter opinião sobre as suas qualidades, como dirigente. Mas, enfim, isso são outros vinte cinco tostões, ou, como diria a minha avó, não são contas do meu rosário...
Quando, recentemente, Vítor Baía admitiu a possibilidade de se candidatar à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, encarei a notícia com algum cepticismo, não pela sua pessoa, que me merece simpatia, mas pelas suas ligações ao Futebol Clube do Porto e ao que isso poderia, eventualmente, representar...
Dito isto, foi com agradável surpresa que li a entrevista que concedeu ao DN Desporto, a propósito das eleições na Federação e da situação de ilegalidade em que esta se encontra.
Vítor Baía sabe do que fala, e é muito importante que vozes como a sua alertem para a necessidade de se repor, urgentemente, a legalidade.
Afirmando que, "basta observar que os dirigentes das principais associações, que à luz dos actuais estatutos são preponderantes na eleição da direcção da FPF, estavam na Islândia com a selecção nacional", Vítor Baía concluí estar eminente a recandidatura de Gilberto Madaíl, que designa como uma "aposta na continuidade de quem manda no futebol português".
Cordato e cauteloso, Baía recusou pronunciar-se sobre essa possibilidade, mas as suas palavras não deixam margem para dúvidas quanto ao desagrado com que encara essa recandidatura.
Sendo politicamente correcto, como convém a um futuro candidato, o ex-guarda-redes portista não deixou de realçar que "o futebol irá continuar na ilegalidade", e que, "sem a revisão dos estatutos não há hipótese de fazer o que quer que seja pelo futebol português".
Quem, como eu, gosta de futebol, não pode ficar indiferente a esta entrevista de Baía, e congratular-se com a posição que assumiu. Pena é que, outras destacadas figuras do futebol nacional não lhe sigam o exemplo...
Contudo, gostaria de ver Vítor Baía ir mais longe e dizer-nos o que pensa sobre o estado actual do futebol português e quais as alterações que considera necessárias. Com, ou sem, candidatura à presidência.
Por último, e ainda a propósito da entrevista, os meus parabéns pela forma desassombrada como se referiu aos jogadores que representaram a selecção nacional, acusando-os de não terem sabido honrar a camisola de Portugal, nos jogos com a Noruega e Chipre.
Algumas situações, mesmo sendo óbvias, assumem outra importância quando tratadas por quem tem autoridade e prestígio, como é o caso de Vítor Baía.

Sem comentários:

Enviar um comentário