terça-feira, 28 de dezembro de 2010

NA TERRA DOS EUCALIPTOS: UM MAGNÍFICO DOIS MIL E ONZE

NA TERRA DOS EUCALIPTOS: UM MAGNÍFICO DOIS MIL E ONZE: "Um enorme bjo e abraço para todos os que me são queridos! Este é para vocês!Desejo-vos a todos um fantástico 2011!"

ASSIM VAI O FUTEBOL PORTUGUÊS...


Tenho andado arredado das coisas do futebol, motivo pelo qual tenho escrito muito pouco, neste blog, nestes últimos tempos.
Seguramente que a campanha, decepcionante, do meu Benfica, na presente época, não é alheia a esse meu arredamento, bem pelo contrário, tanto mais que as exibições da pré-época pareciam apontar para a repetição do brilharete da época passada, o que tem estado muito longe de acontecer.
Mas enfim, as coisas são como são e não adianta chorar sobre leite derramado...
Mas o motivo deste meu escrito não tem como objectivo falar do Benfica, isso fica para outra ocasião, mas antes comentar as notícias vindas a público sobre a posição da FIFA, quanto à adequação dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol.
Quando muitos portugueses consideram que seria uma vergonha se o FMI tivesse que intervir, para equilibrar as finanças públicas portuguesas, a FIFA, entidade reguladora do futebol mundial, viu-se obrigada a dar um valente "puxão de orelhas" aos dirigentes federativos, porque alguns homens da bola, e associações, teimam em desrespeitar as leis do país, recusando-se a adequar os estatutos da Federação Portuguesa de Futebol ás exigências da Lei de Bases do Sistema Desportivo.
Lamentável, digo eu, que seja preciso uma intervenção externa, para obrigar os dirigentes a cumprirem a lei, mas, como diria o meu avô, "quem não tem vergonha, todo o mundo é seu"...
Infelizmente, e para quem tiver dúvidas sobre a qualidade de quem dirige o futebol português, passo a transcrever parte da entrevista concedida pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, da Federação Portuguesa de Futebol, ao DN Desporto. (http://dn.sapo.pt/desporto/interior.aspx?content_id=1744239)

"Apesar de desconhecer a carta enviada pela FIFA à FPF a aconselhar a adequação dos estatutos ao novo regime jurídico, Avelino da Rocha Ribeiro não deixou de manifestar também à Agência Lusa o seu incómodo pela iniciativa da FIFA, que, em situação extrema, pode suspender a filiada portuguesa.
"A ser verdade (a carta da FIFA), parece que voltámos ao tempo da ditadura. Não se pode votar contra? Não sei como se pode impor a uma federação que aprove novos estatutos", considerou o presidente da Assembleia-Geral da FPF.
O presidente da AG insistiu que "juridicamente, todas as pessoas têm o direito de manifestar a sua opinião", logo, não podem ser obrigadas a votar contra os seus princípios: "Isso era antes do 25 de Abril".
Sobre a convocação de uma Assembleia-Geral extraordinária, que levaria à suspensão das eleições de 5 de Fevereiro para a prévia aprovação dos novos estatutos, Avelino da Rocha Ribeiro admite avalizar a proposta caso o requerimento seja feito por associados que garantam o mínimo de 75 por cento dos votos.
"A minha resposta será sempre 'talvez' ou 'em princípio sim', porque garantias não terei nunca. As pessoas que fizerem o requerimento podem depois não votar os novos estatutos. Não me podem é obrigar a comprometer-me com a aprovação dos novos estatutos. O único compromisso que tenho quando assumi este cargo foi com o futebol, não com os interesses particulares de ninguém", frisou o dirigente.
Avelino da Rocha Ribeiro reconhece, porém, que o actual impasse, resultante da recusa da maioria das associações em aprovar os novos estatutos, "pode colocar em causa o futebol português", caso a FIFA tome mesmo medidas mais drásticas relativamente à FPF.
"Será uma situação muito complexa se a FIFA suspender o futebol português. Se nada se modificar, as eleições têm de ser realizadas a 5 de Fevereiro. Se desejam resolver este problema, digam o que querem", afirmou o mesmo dirigente.
O presidente da Assembleia-Geral voltou a insistir aos interessados que se pronunciem, pois está disponível para avalizar qualquer pedido formal que vise a resolução deste problema.
"Que os interessados se pronunciem. Nunca deixei de convocar nenhuma Assembleia-Geral que me fosse solicitada. Nunca votei em nenhuma delas e se os estatutos não estão aprovados não é pelos meus votos", recordou."

Palavras para quê?
Assim vai o futebol português...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A TAÇA E OS "PEQUENOS"...


Mais um sorteio da Taça de Portugal, com destaque para o facto de o FC Porto voltar a receber uma equipa de uma divisão inferior, desta vez o Pinhalnovense.
Sorte, a dos dragões, nos sorteios, mas não é disso que quero tratar agora...
Infelizmente, a Federação Portuguesa de Futebol tarda em perceber que lhe incumbe fazer mais pela promoção do futebol e continua a permitir que estes jogos, entre "grandes" e "pequenos", se disputem em casa dos primeiros.
Tal como sucede noutros países, seria, seguramente, mais interessante, do ponto de vista desportivo, e contribuiria mais para a promoção do futebol, se o jogo se disputasse em casa do Pinhalnovense.
Mas, em Portugal, e com estes dirigentes federativos, a protecção dos grandes clubes é sagrada...
Com eleições à vista, espero bem que este seja um dos temas a constar da agenda da nova equipa federativa, qualquer que ela seja.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O FUTEBOL QUE TEMOS


Manuel Fernandes, o treinador do Vitória, de Setúbal, anunciou, após o jogo com o Futebol Clube do Porto, que admitia a possibilidade de abandonar o futebol, quando terminar o contrato que o liga ao clube sadino.
Indignado com a arbitragem do jogo, que deu a vitória ao Porto, por 1-0, ao assinalar um penalti inexistente, Manuel Fernandes recusou alongar-se em comentários, para não ser castigado, e remeteu para o trabalho dos jornalistas a apreciação do trabalho do árbitro.
Seja como for, a verdade é que o Porto voltou a somar 3 pontos, graças a mais um clamoroso erro de arbitragem, o que sucede pela terceira, ou quarta, vez esta época, e quando vamos, apenas, na 12ª jornada.
Quando se falava, à boca cheia, dos resultados fabricados pelos árbitros, mas não se conheciam as escutas, a sucessão de erros de arbitragem, sempre em favor da mesma equipa, ou para seu benefício directo, podiam, ainda que ingenuamente, ser atribuídas a lamentáveis coincidências, e ao natural erro humano.
Agora, depois de tudo o que se viu e ouviu sobre a escolha dos árbitros e as suas classificações, torna-se difícil acreditar que tantos erros, em benefício dos suspeitos do costume, não sejam motivados por alguma mão invisível...
Ou, se preferirem, por uma mão que, sendo visível, muitos se recusaram, e recusam, a querer ver.
Conhecedor do nosso futebol e homem de reconhecida seriedade, Manuel Fernandes sabe do que fala, e o que disse, e deixou entender, devia merecer reflexão, por parte de todos os que gostam de futebol, mas, infelizmente, as suas palavras cairão, como as de tantos outros, em saco roto.
É pena, mas é o futebol que temos...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DEPOIS DO FLA...O FLU


O Fluminense Football Club, fundado no Rio de Janeiro, em Julho de 1902, sagrou-se, ontem, campeão brasileiro, sucedendo ao seu grande rival carioca, o Flamengo, depois de 26 anos de jejum.
A maior curiosidade é que, no ano passado, orientado pelo técnico Cuca, o Fluminense apenas se conseguiu salvar da descida de divisão após uma heróica ponta final, mantendo-se invicto nas últimas 11 jornadas do campeonato, com 4 empates e 7 vitórias, seis delas consecutivas.
Este ano, sob o comando do técnico Muricy Ramalho, o tricolor repetiu a façanha de 1984, enquanto o seu treinador conseguia o seu quarto título, nesta década, sendo os restantes ao serviço do São Paulo.
Sendo o futebol um desporto colectivo, claro que todos estão de parabéns, dirigentes, equipa técnica e jogadores, mas seria uma injustiça não destacar o papel do argentino Conca nesta conquista, um jogador de pequena estatura, mas de classe extraordinária.
Referências para o Cruzeiro, que conquistou o segundo lugar na última jornada, batendo o Palmeiras, do conhecido Felipão, e para o Corinthians, que não só não conseguiu sagrar-se campeão, em ano de centenário, não resistindo à saída de Mano Menezes, em Julho deste ano, para liderar a selecção brasileira, como também acabou por perder o segundo lugar, ao empatar, na última jornada, com o despromovido Goiás.
Decepcionante foi a prestação do campeão em título, o Flamengo, que, enredado em problemas de diversa ordem, terminou a época em 14º lugar.
De lamentar que a equipa do Santos, após um brilhante campeonato paulista, que venceu, tenha sido desmantelada e atravessado problemas de vária natureza, como a lesão de Paulo Henrique "Ganso", a indisciplina de Neymar, e a saída do técnico Dorival Júnior, que acabaria por salvar o Atlético Mineiro da descida de divisão.
O Santos que disputou o campeonato paulista teria sido, seguramente, um sério candidato à conquista do brasileirão, pois praticou um futebol que encantou todos os amantes da modalidade, e motivou a cobiça das suas principais estrelas...
Já o meu Vasco, regressado à primeira divisão, cumpriu o que se lhe pedia, terminando o brasileirão em 11º lugar.
Uma palavra de conforto para os despromovidos, Vitória, Guarani, Goiás e Prudente, com votos das maiores felicidades para o futuro.
Em suma, terminou mais um brasileirão, com a vitória do tricolor Flu, depois do Fla, sob a liderança de um futebol carioca, em ascensão, que a próxima época se encarregará, ou não, de confirmar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FROM RUSSIA WITH...MONEY


A FIFA decidiu atribuir à Rússia a organização do campeonato do mundo de futebol, em 2018.
A candidatura ibérica, que recolheu o segundo maior número de votos, reunia, segundo os especialistas da FIFA, melhores condições para organizar o evento, mas isso não foi suficiente para impedir a escolha do candidato menos recomendado...
No que me diz respeito, só lamento a não atribuição do Mundial 2018 à Espanha, e Portugal, na medida em que não terei a possibilidade de confirmar, ou não, o papel de absoluta menoridade que, em meu entender, nos estava confiado, em todo o processo.
Quanto ao resto, registo a habitual coragem e frontalidade dos ingleses, que custou a eliminação da sua candidatura, logo na primeira volta, e a indignação de Putin, ante as acusações de corrupção.
Aliás, a justificação de Putin, para a sua ausência do sorteio, merece-me a mesma credibilidade que todo o processo de escolha.
Quando Putin diz que esteve ausente para que a decisão da FIFA fosse tomada "sem pressão externa e de maneira objectiva", está a pedir que alguém lhe explique que existem pressões legítimas e outras que o não são. Mas disso, Putin sabe, como muito poucos...
E a presença de Putin em Zurique, para defender a sua causa, seria, decerto, mais compreensível e aceitável, do que a sua viagem triunfal, depois de oficializada a vitória, antecipadamente anunciada...
Para a posteridade ficam as rugas na testa de Blatter, como se pode ver na foto, no momento do anúncio da decisão, que não me parecem próprias de um homem descontraído...
Com esta escolha, Blatter garantiu a sua reeleição, à frente dos destinos da FIFA, mas o organismo responsável pelo futebol mundial ficou, uma vez mais, sob suspeita.
É que todos sabemos que as pressões ilegítimas se fazem, sempre, ás escondidas.
Mas o que nunca saberemos, ou saberemos tarde demais, é se, na sua viagem para Zurique, Putin se terá feito acompanhar do livro de cheques...