terça-feira, 28 de dezembro de 2010

ASSIM VAI O FUTEBOL PORTUGUÊS...


Tenho andado arredado das coisas do futebol, motivo pelo qual tenho escrito muito pouco, neste blog, nestes últimos tempos.
Seguramente que a campanha, decepcionante, do meu Benfica, na presente época, não é alheia a esse meu arredamento, bem pelo contrário, tanto mais que as exibições da pré-época pareciam apontar para a repetição do brilharete da época passada, o que tem estado muito longe de acontecer.
Mas enfim, as coisas são como são e não adianta chorar sobre leite derramado...
Mas o motivo deste meu escrito não tem como objectivo falar do Benfica, isso fica para outra ocasião, mas antes comentar as notícias vindas a público sobre a posição da FIFA, quanto à adequação dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol.
Quando muitos portugueses consideram que seria uma vergonha se o FMI tivesse que intervir, para equilibrar as finanças públicas portuguesas, a FIFA, entidade reguladora do futebol mundial, viu-se obrigada a dar um valente "puxão de orelhas" aos dirigentes federativos, porque alguns homens da bola, e associações, teimam em desrespeitar as leis do país, recusando-se a adequar os estatutos da Federação Portuguesa de Futebol ás exigências da Lei de Bases do Sistema Desportivo.
Lamentável, digo eu, que seja preciso uma intervenção externa, para obrigar os dirigentes a cumprirem a lei, mas, como diria o meu avô, "quem não tem vergonha, todo o mundo é seu"...
Infelizmente, e para quem tiver dúvidas sobre a qualidade de quem dirige o futebol português, passo a transcrever parte da entrevista concedida pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, da Federação Portuguesa de Futebol, ao DN Desporto. (http://dn.sapo.pt/desporto/interior.aspx?content_id=1744239)

"Apesar de desconhecer a carta enviada pela FIFA à FPF a aconselhar a adequação dos estatutos ao novo regime jurídico, Avelino da Rocha Ribeiro não deixou de manifestar também à Agência Lusa o seu incómodo pela iniciativa da FIFA, que, em situação extrema, pode suspender a filiada portuguesa.
"A ser verdade (a carta da FIFA), parece que voltámos ao tempo da ditadura. Não se pode votar contra? Não sei como se pode impor a uma federação que aprove novos estatutos", considerou o presidente da Assembleia-Geral da FPF.
O presidente da AG insistiu que "juridicamente, todas as pessoas têm o direito de manifestar a sua opinião", logo, não podem ser obrigadas a votar contra os seus princípios: "Isso era antes do 25 de Abril".
Sobre a convocação de uma Assembleia-Geral extraordinária, que levaria à suspensão das eleições de 5 de Fevereiro para a prévia aprovação dos novos estatutos, Avelino da Rocha Ribeiro admite avalizar a proposta caso o requerimento seja feito por associados que garantam o mínimo de 75 por cento dos votos.
"A minha resposta será sempre 'talvez' ou 'em princípio sim', porque garantias não terei nunca. As pessoas que fizerem o requerimento podem depois não votar os novos estatutos. Não me podem é obrigar a comprometer-me com a aprovação dos novos estatutos. O único compromisso que tenho quando assumi este cargo foi com o futebol, não com os interesses particulares de ninguém", frisou o dirigente.
Avelino da Rocha Ribeiro reconhece, porém, que o actual impasse, resultante da recusa da maioria das associações em aprovar os novos estatutos, "pode colocar em causa o futebol português", caso a FIFA tome mesmo medidas mais drásticas relativamente à FPF.
"Será uma situação muito complexa se a FIFA suspender o futebol português. Se nada se modificar, as eleições têm de ser realizadas a 5 de Fevereiro. Se desejam resolver este problema, digam o que querem", afirmou o mesmo dirigente.
O presidente da Assembleia-Geral voltou a insistir aos interessados que se pronunciem, pois está disponível para avalizar qualquer pedido formal que vise a resolução deste problema.
"Que os interessados se pronunciem. Nunca deixei de convocar nenhuma Assembleia-Geral que me fosse solicitada. Nunca votei em nenhuma delas e se os estatutos não estão aprovados não é pelos meus votos", recordou."

Palavras para quê?
Assim vai o futebol português...

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