domingo, 30 de janeiro de 2011

AJUDA, PRECISA-SE


A rapaziada da bola, fazendo jus ao que nos habituou, chumbou a alteração dos estatutos da FPF, preferindo continuar a desrespeitar a lei.
Curiosas foram as reacções dos presidentes, da Liga de Clubes e da Federação. Tudo muito "soft", tudo muito cordato, parecendo mais preocupados em não afrontarem os senhores da bola, do que em exigir o respeito pela lei...
O governo, entretanto, decide aguardar mais algum tempo, antes de tomar medidas mais drásticas, mantendo a costumeira tolerância perante os "homens do futebol".
Resta-nos esperar que a UEFA, e a FIFA, que não costumam brincar em serviço, nos venham dar uma ajudinha, no sentido de obrigarem ao cumprimento da lei, já que, por cá, ninguém parece ter a força, nem a coragem, necessária, para colocar aquela rapaziada nos eixos...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A CEDÊNCIA DOS MENINOS...


Era uma vez um conjunto de meninos, que representavam as diferentes escolas que participavam num campeonato de futebol.
Eles punham e dispunham, no que dizia respeito às regras da competição, sendo que havia, até, quem dissesse que, um deles mandava mais que todos os outros, apesar de não ser o presidente, porque aparecia nas assembleias com as procurações de vários outros, o que lhe dava os votos suficientes para pôr e dispor, a seu belo prazer.
Um dia, o conselho de reitores, entendeu que não era razoável que outros participantes no campeonato não estivessem representados nas assembleias, ou o estivessem inadequadamente, e alterou as regras em vigor, de modo a evitar, quer representações por procuração, quer o excessivo peso que esse conjunto de meninos tinha, nas assembleias gerais.
Foi um sururu dos diabos, os meninos fizeram ameaças, apresentaram recurso da decisão, amuaram, fizeram birras, mas tudo sem resultado.
Foram obrigados a convocar uma assembleia para alterar os regulamentos, de modo a que fosse respeitada a decisão do conselho de reitores.
Atendendo ao comportamento desses meninos, durante todo o processo, o conselho de reitores fez saber que enviaria dois dos seus representantes, para estarem presentes na referida assembleia. Afinal, com os antecedentes conhecidos, nada garantia que esse conjunto de meninos viesse a respeitar a deliberação, condição necessária para poderem continuar a organizar o campeonato.
Conhecida a notícia, que causou grande alarido nos meios escolares, porquanto a vinda dos dois observadores representava um atestado de menoridade ao conjunto de meninos, ficou a saber-se que estes pediram, através do seu presidente, que os representantes do conselhos de reitores não estivessem presentes na assembleia.
Até este momento, não se conhece a reacção do conselho de reitores a este pedido, mas sendo, ou não, aceite, o certo é que já ninguém acredita que o regulamento não seja alterado, conforme proposto.
E a ser assim, trata-se de um enorme passo no sentido de pôr cobro a um sistema que governou, nas últimas décadas, o campeonato de futebol, com resultados amplamente conhecidos...

PS. Qualquer semelhança entre esta estória e qualquer outro processo de ajuste de estatutos, ou regulamentos, é mera coincidência.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CAUTELA E CALDOS DE GALINHA...


A vinda a público do aviso da UEFA, à Federação Portuguesa de Futebol, coloca ainda mais pressão sobre a Assembleia Geral da FPF, do próximo dia 29, no sentido da aprovação dos novos estatutos.
Depois de sabermos das pressões da FIFA, conheceram-se, agora, as pressões da UEFA, para que a FPF adeqúe os seus estatutos às exigências legais, coisa que os dirigentes de várias associações se têm, sucessivamente, recusado a fazer.
Apesar das minhas desconfianças quanto a eventuais alterações na estrutura de poder, dominado pela Associação de Futebol do Porto, nas últimas décadas, com as consequências conhecidas, acredito que resta, agora, aos actuais dirigentes, uma margem de manobra muito reduzida, para prosseguirem a política que mais lhes convinha: mudar, sim, mas para garantir tudo permanecesse na mesma.
Contudo, como diz o povo, "até ao lavar dos cestos é vindima", pelo que o melhor é aguardarmos o resultado da Assembleia de dia 29, pois a cartola destes dirigentes é muito grande e tem muitos coelhos...
Se, numa lógica de manutenção do poder, quem dirige o nosso futebol, não hesita em desrespeitar a lei, que esperança poderemos ter quanto a uma reestruturação, tão necessária, dos actuais quadros competitivos?
Infelizmente, parece-me que muito poucas.
Oxalá esteja enganado, para bem do futebol português.