quinta-feira, 21 de abril de 2011

NO RESCALDO DE MAIS UM FRACASSO...


"First things first":
Parabéns ao FCPorto, pelo apuramento para a final da taça de Portugal.
Parabéns a André Vilas Boas, pela lição táctica que deu a Jorge Jesus.
Parabéns aos jogadores do Benfica, pelo modo como se bateram, mesmo quando o seu treinador demonstrou ser incapaz de reagir, perante um resultado que afastava a equipa da final.
Prestadas as homenagem, quero partilhar algumas reflexões, a pretexto do que se passou, ontem, no jogo da segunda mão da meia final da taça de Portugal, que o Benfica perdeu, em casa, por 3-1, após ter ganho o primeiro jogo, no Porto, por 2-0.
E quero começar por apresentar o meu pedido de desculpas a Vilas Boas, um jovem treinador que eu não imaginei que pudesse ter a categoria que tem demonstrado.
Não só no campo, mas também fora dele, onde a educação e elegância das suas declarações contrastam com o comportamento das principais figuras do futebol português.
Já em relação a Jorge Jesus, treinador do meu Benfica, vejo-me forçado a reconhecer que o homem não é talhado para os grandes momentos.
Chegada a hora de decidir, o treinador do Benfica vacila, inventa, atemoriza-se, como voltou a ficar demonstrado, no jogo de ontem.
E esta minha convicção, que resulta de uma análise global, aos jogos decisivos, desde que Jesus assumiu o comando do futebol profissional do Benfica, sai reforçada quando o adversário se chama FCPorto.
Nesses jogos, o desastre é total, e Jorge Jesus parece fazer questão de demonstrar o seu medo, não só no modo como escolhe, e organiza, a equipa, como também na deferência para com o adversário, antes e depois do jogo.
Onde anda o Jesus determinado, da época passada, com um discurso confiante, motivador, e moralizador, dos jogadores?
Qual a origem dos repetidos "bloqueios" do treinador do Benfica, e do anormal estado de desorientação que evidencia, sempre que defronta o Porto?
A que se deve tanta deferência para com Pinto da Costa?
Será que é por lhe ter oferecido emprego, no final da época passada?
Ou será que Jesus ainda alimenta o sonho de vir a ser treinador do FCPorto?
O Porto ganhou bem, mas o segundo golo foi irregular.
Porque ignorou Jesus, nas suas declarações, esse facto? Será que teria feito o mesmo se o adversário tivesse sido o Sporting, ou o Braga?
E não posso deixar de estranhar que, Pinto da Costa, que não hesita em achincalhar os seus opositores, mesmo aqueles que com ele trabalharam, como José Couceiro, e tem um ódio de estimação ao Benfica, seja sempre tão pressuroso, na defesa de Jesus.
A menos que se trate de mais uma das suas ironias, pois o treinador do Benfica tem evidentes responsabilidades nos péssimos resultados do Benfica.
Ontem, por exemplo, depois das substituições, e quando restavam poucos minutos para o jogo terminar, foi confrangedor ver Carlos Martins e Fábio Coentrão a pedirem instruções sobre o lugar onde deveriam jogar, a um treinador perdido, sem chama, incapaz de liderar uma reacção.
E por falar nas substituições, ás pinguinhas, guardadas para o final de um jogo em que o Benfica precisava de marcar mais um golo, cabe perguntar o que levou Jesus a esperar pelo minuto 88, para fazer entrar Weldon no jogo?
Enfim, goste-se ou não, a verdade é que o treinador do Benfica entregou a eliminatória ao FCPorto, de forma inexplicável.
Dirão alguns, em sua defesa, que o treinador venceu o campeonato, no ano passado, mas a esses eu relembro que o rival era o Braga, e o sofrimento foi enorme, num ano em que o Porto esteve bastante aquém daquilo que seria de esperar.
E com excepção dessa conquista, Jorge Jesus tem claudicado, sempre, nos momentos decisivos.
E é por isso que, depois desta eliminação, e caso se revele incapaz de conduzir o Benfica à final da Liga Europa, me atrevo a sugerir-lhe que retome a coragem demonstrada no ano passado, ao pedir aumento do ordenado para não ir treinar o FCPorto, e apresente o seu pedido de demissão.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

LIEDSON RESOLVE!


Sou benfiquista, como sabem, o que me deixa ainda mais à vontade para falar de Liedson.
O "levezinho" jogou o último jogo, com a camisola do Sporting Clube de Portugal, faz hoje oito dias, marcando dois golos, voou para o Brasil no dia seguinte, aterrou em São Paulo no domingo, fez exames médicos na segunda-feira, treinou na terça, e estreou-se, pelo Corinthians na quarta, marcando mais dois golos.
O "levezinho", com 38 anos, deixou Lisboa com uma temperatura a rondar os seis graus, e jogou, no Estádio do Pacaembu, com os termómetros a indicarem trinta graus.
Não se queixou de cansaço, nem do calor, correu que se fartou, jogou os noventa minutos, muito bem, e marcou dois golos.
Aquele que foi, durante sete anos, um dos principais jogadores, e marcadores, do Sporting, e do campeonato português, não reclamou tempo para adaptação, não se desculpou com as horas de viagem, ou a falta de entrosamento com os colegas, e deu uma clara demonstração de que, quem sabe da poda, e gosta do que faz, está sempre apto.
O futebol português ficou mais pobre com a sua saída, mas Liedson, apesar dos seus 38 anos, está ali para as curvas, e a querer provar que o seleccionar nacional pode contar com ele.
No Corinthians, como no Sporting, Liedson correu, jogou, marcou, e resolveu.
Esperemos que o possa continuar a fazer, também, na selecção nacional.

A PAULO, O QUE É DE PAULO...


Vi o Portugal-Argentina pela televisão, e desconheço a opinião da crítica da especialidade.
Gostei do jogo, e penso que Portugal, com Paulo Bento, se tornou uma selecção muito mais forte, que defende, e marca, bem, partindo rápido para o contra-ataque, tirando partido da velocidade de Nani e Cristiano Ronaldo.
Portugal perdeu, mas criou oportunidades suficientes para ganhar o jogo, sendo de destacar a inabilidade de Hugo Almeida, em matéria de concretização.
De registar, ainda, que Portugal sofre o segundo golo na conversão de uma grande penalidade, bem assinalada, mas desnecessária, a dois minutos do fim.
Como seleccionador nacional, Paulo Bento tem excedido, em muito, as minhas expectativas, sendo de justiça realçar a elevada qualidade do futebol praticado pela selecção portuguesa, desde que ele assumiu o comando.
Estão de parabéns, equipa técnica e jogadores, pelo modo como se bateram, de igual para igual, contra uma das mais fortes selecções do mundo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

UMA TARDE DAQUELAS...


Para começo, um Chelsea-Liverpool, que o Liverpool venceu por por 1-0, com um belo golo de Raul Meireles, na estreia de Fernando Torres, e David Luiz, com a camisola azul.
Confesso que ver o David de azul me causou alguma confusão, mas torço para que tenha uma maravilhosa carreira, que merece, ao serviço do seu novo clube.
Normalmente, os jogos que envolvem as principais equipas inglesas são grandes jogos, e este não fugiu à regra.
De seguida, o jogo do Real Madrid, que venceu a Real Sociedad, por 4-1, com mais dois golos de Ronaldo, que estava há quatro jogos sem conseguir marcar.
Ronaldo esteve em grande plano e Káká, que marcou o primeiro golo, deu sinais de que pode voltar a ser o grande jogador que nos habituámos a ver.
Nos intervalos, uma espreitadela ao jogo do Porto, contra o Rio Ave, que os azuis e brancos venceram, por 1-0.
De seguida, e até há pouco, espaço dedicado ao meu Benfica, que derrotou o Vitória de Setúbal, num jogo muito bem jogado pelos sadinos, sendo que o resultado, 2-0, pode dar a entender facilidades, que não existiram.
Na verdade, o Glorioso só conseguiu descansar após o golo, excelente, de Jara, a cerca de 10 minutos do final.
Em suma, foi uma tarde de domingo dedicada ao futebol, que irá ter continuidade pela madrugada, com um Brasil-Argentina, na categoria de sub-20, coisa que só quem gosta de futebol consegue entender...
Mas, com as hérnias a darem sinal, acabou por ser uma daquelas tardes em que, ter de estar deitado esteve longe de representar um sacrifício.
Há dias assim...

domingo, 30 de janeiro de 2011

AJUDA, PRECISA-SE


A rapaziada da bola, fazendo jus ao que nos habituou, chumbou a alteração dos estatutos da FPF, preferindo continuar a desrespeitar a lei.
Curiosas foram as reacções dos presidentes, da Liga de Clubes e da Federação. Tudo muito "soft", tudo muito cordato, parecendo mais preocupados em não afrontarem os senhores da bola, do que em exigir o respeito pela lei...
O governo, entretanto, decide aguardar mais algum tempo, antes de tomar medidas mais drásticas, mantendo a costumeira tolerância perante os "homens do futebol".
Resta-nos esperar que a UEFA, e a FIFA, que não costumam brincar em serviço, nos venham dar uma ajudinha, no sentido de obrigarem ao cumprimento da lei, já que, por cá, ninguém parece ter a força, nem a coragem, necessária, para colocar aquela rapaziada nos eixos...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A CEDÊNCIA DOS MENINOS...


Era uma vez um conjunto de meninos, que representavam as diferentes escolas que participavam num campeonato de futebol.
Eles punham e dispunham, no que dizia respeito às regras da competição, sendo que havia, até, quem dissesse que, um deles mandava mais que todos os outros, apesar de não ser o presidente, porque aparecia nas assembleias com as procurações de vários outros, o que lhe dava os votos suficientes para pôr e dispor, a seu belo prazer.
Um dia, o conselho de reitores, entendeu que não era razoável que outros participantes no campeonato não estivessem representados nas assembleias, ou o estivessem inadequadamente, e alterou as regras em vigor, de modo a evitar, quer representações por procuração, quer o excessivo peso que esse conjunto de meninos tinha, nas assembleias gerais.
Foi um sururu dos diabos, os meninos fizeram ameaças, apresentaram recurso da decisão, amuaram, fizeram birras, mas tudo sem resultado.
Foram obrigados a convocar uma assembleia para alterar os regulamentos, de modo a que fosse respeitada a decisão do conselho de reitores.
Atendendo ao comportamento desses meninos, durante todo o processo, o conselho de reitores fez saber que enviaria dois dos seus representantes, para estarem presentes na referida assembleia. Afinal, com os antecedentes conhecidos, nada garantia que esse conjunto de meninos viesse a respeitar a deliberação, condição necessária para poderem continuar a organizar o campeonato.
Conhecida a notícia, que causou grande alarido nos meios escolares, porquanto a vinda dos dois observadores representava um atestado de menoridade ao conjunto de meninos, ficou a saber-se que estes pediram, através do seu presidente, que os representantes do conselhos de reitores não estivessem presentes na assembleia.
Até este momento, não se conhece a reacção do conselho de reitores a este pedido, mas sendo, ou não, aceite, o certo é que já ninguém acredita que o regulamento não seja alterado, conforme proposto.
E a ser assim, trata-se de um enorme passo no sentido de pôr cobro a um sistema que governou, nas últimas décadas, o campeonato de futebol, com resultados amplamente conhecidos...

PS. Qualquer semelhança entre esta estória e qualquer outro processo de ajuste de estatutos, ou regulamentos, é mera coincidência.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CAUTELA E CALDOS DE GALINHA...


A vinda a público do aviso da UEFA, à Federação Portuguesa de Futebol, coloca ainda mais pressão sobre a Assembleia Geral da FPF, do próximo dia 29, no sentido da aprovação dos novos estatutos.
Depois de sabermos das pressões da FIFA, conheceram-se, agora, as pressões da UEFA, para que a FPF adeqúe os seus estatutos às exigências legais, coisa que os dirigentes de várias associações se têm, sucessivamente, recusado a fazer.
Apesar das minhas desconfianças quanto a eventuais alterações na estrutura de poder, dominado pela Associação de Futebol do Porto, nas últimas décadas, com as consequências conhecidas, acredito que resta, agora, aos actuais dirigentes, uma margem de manobra muito reduzida, para prosseguirem a política que mais lhes convinha: mudar, sim, mas para garantir tudo permanecesse na mesma.
Contudo, como diz o povo, "até ao lavar dos cestos é vindima", pelo que o melhor é aguardarmos o resultado da Assembleia de dia 29, pois a cartola destes dirigentes é muito grande e tem muitos coelhos...
Se, numa lógica de manutenção do poder, quem dirige o nosso futebol, não hesita em desrespeitar a lei, que esperança poderemos ter quanto a uma reestruturação, tão necessária, dos actuais quadros competitivos?
Infelizmente, parece-me que muito poucas.
Oxalá esteja enganado, para bem do futebol português.