quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SOBRE O COMUNICADO DO PLENÁRIO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DO SPORT LISBOA E BENFICA


Ainda se fazem sentir os efeitos do comunicado emitido na sequência da reunião plenária dos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica.
Globalmente, a posição assumida merece o meu acordo e resta-me esperar que possa ter o efeito desejado.
Neste contexto, gostaria de fazer uma chamada de atenção para os seguintes aspectos:

1. Vandalismo e Violência

É tempo de se tomarem medidas, sérias, para acabar com os actos de vandalismo provocados pelas claques dos clubes, não sendo aceitável que, quando não se conseguem evitar os incidentes, não sejam identificados os culpados e punidos de forma exemplar.
O Benfica agiu bem ao dar a devida relevância a este facto, agora que a época está no seu início.
Durante o jogo do FC Porto com o SC Braga, voltaram a ser arremessadas bolas de golfe para o relvado, prática, ao que julgo saber, iniciada quando do jogo contra o Benfica, na época passada, no mesmo estádio.
Vai ser interessante vermos qual a acção disciplinar da Liga de Clubes, relativamente a estes incidentes, não sendo aceitáveis desculpas como a da dificuldade em evitar a sua entrada no recinto.

2. Arbitragens

Tendo, embora, a maior relutância em admitir que as equipas de arbitragem erram de forma propositada, a verdade é que são vários os casos conhecidos de manipulação de resultados.
E embora acredite em coincidências, quando elas são excessivas está aberto o caminho para a dúvida e a desconfiança.
E é inegável que, em apenas quatro jornadas, os erros de arbitragem, em desfavor do Benfica são demasiados, dando-se a coincidência, ou não, de situações semelhantes serem julgadas com critérios distintos, nos jogos que envolvem os seus adversários directos.
Fez bem o Benfica, ao evidenciar este facto e pedir explicações ao responsável pelas nomeações dos árbitros, Sr Victor Pereira, mas atendendo à importância deste assunto, não se entende por que motivo não foram pedidas, também, explicações ao Presidente da Liga de Clubes de Futebol Profissional.

3. Olivedesportos, Jogos Fora do Estádio da Luz e Taça da Liga

Se interpretei bem, as três recomendações do Plenário têm a mesma finalidade: demonstrar que podem existir consequências financeiras, para terceiros, caso se mantenha esta infeliz sequência de casos de arbitragem, em prejuízo do Benfica.
Parece-me a mais eficaz de todas as medidas.
O Benfica tem que utilizar, de forma legítima, naturalmente, o poder de que dispõe, para fazer valer os seus direitos.
E nada melhor do que o efeito financeiro para fazer pensar duas vezes quem, eventualmente, possa estar disposto a embarcar numa campanha para prejudicar o Clube.
É claro que seria bom que os sócios e simpatizantes pudessem dar sequência, pelo menos durante algumas jornadas, ao pedido que foi feito, mas mesmo que tal não suceda, fica o aviso.
Em matéria de participação na Taça da Liga, e atentas outras considerações, estou convicto de que o recurso à equipa de juniores do Clube permitiria atingir o objectivo pretendido.

4. Secretário de Estado do Desporto

Parece-me claro que, desde o célebre caso Nuno Assis, o relacionamento entre o Presidente do Benfica e o Dr Laurentino Dias azedou, e muito.
E tudo o que se passou em volta do caso Queirós não contribuiu, decerto, para o apaziguamento desse conflito.
Salvo melhor opinião, não esteve bem o Plenário ao considerar o Secretário de Estado "persona non grata", tanto mais que os motivos invocados são da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol, e não da tutela.
Por maiores e mais justificados que sejam os motivos, entendo que a grandeza do Benfica não é compatível com a abertura de conflitos institucionais com representantes de Órgãos de Soberania, tudo devendo ser feito para que eventuais divergências sejam dirimidas em sede própria.
Quero ainda acrescentar que estranhei o facto de o Plenário não ter tomado posição relativamente à situação irregular em que se encontra a Federação Portuguesa de Futebol, em consequência da qual a Comissão Disciplinar continua integrada na Liga de Clubes, num claro desrespeito pela legislação em vigor.

A terminar, cumpre-me afirmar que, como benfiquista, me solidarizo com a posição assumida pelo Plenário dos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica, mas não entendo porque foram poupados, no conjunto das críticas e pedidos de responsabilidades, os presidentes da Liga de Clubes e da Federação Portuguesa de Futebol.
Resta-me desejar que esta fase menos positiva possa ser, rapidamente, ultrapassada e que comportamentos exteriores não influenciem a prestação desportiva da nossa equipa de futebol profissional, nem a lucidez dos nossos dirigentes e equipa técnica, na avaliação das diferentes situações.

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