quarta-feira, 1 de setembro de 2010

E AGORA?


Na página da Internet do Jornal de Notícias está a notícia do despedimento do seleccionador nacional de futebol, Carlos Queirós, cujo primeiro parágrafo abaixo reproduzo:

"A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai alegar justa causa para despedir o seleccionador Carlos Queiroz, caso este volte a ser punido pelo Conselho de Disciplina (CD), como tudo o indica, sentença a ser dada durante este mês de Setembro."
( http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Desporto/Interior.aspx?content_id=1652395 )

Aparentemente, e em tudo o que se relaciona com este caso parece existir uma enorme diferença entre o que é dito pelas partes e as motivações que lhe estão subjacentes, os seis meses de suspensão, aplicados pela Autoridade Antidopagem de Portugal, não serão o motivo do despedimento, mas sim as duas queixas apresentadas, por Amândio de Carvalho e pela direcção da Federação, contra o seleccionador nacional.
Ninguém duvida que este é um caso de desfecho anunciado, restando saber se o despedimento do seleccionador se faz pela via de um acordo, ou se o processo irá arrastar-se pelos tribunais.
Seja como for, o facto é que Queirós já não é, na prática, o seleccionador nacional, e não tem condições para voltar a ocupar o cargo, depois da suspensão que lhe foi aplicada.
Consideremos, pois, arrumada a questão da permanência do seleccionador.
Depois de todo este lamentável espectáculo a que temos assistido, será que ainda alguém defende a permanência em funções da actual direcção da Federação?
Tem, a actual direcção da Federação, a credibilidade mínima necessária à sua permanência no cargo?
Salvo melhor opinião, penso que a resposta a estas duas perguntas só pode ser um rotundo não, pelo que é urgente a marcação de eleições para a Federação Portuguesa de Futebol.
Até porque, depois de tudo o que se passou, os actuais dirigentes deixaram de ter legitimidade, moral, para escolherem um novo seleccionador.
Isto para não falar da vergonha que é a perda do estatuto de utilidade pública desportiva, que a ninguém parece preocupar, incluindo o Secretário de Estado do Desporto.
Mas também seria interessante conhecermos o que pensa, sobre todo este processo, o Presidente da Liga de Clubes de Futebol Profissional.
Será que concorda com a entrega dos destinos da selecção nacional de futebol nas mãos de representantes das Associações distritais, que representam o futebol amador?
Considera o dr.Fernando Gomes, presidente da Liga, que a representação federativa, junto da selecção nacional, fica bem entregue ao vice-presidente, dr. Amândio de Carvalho?
Será que, o dr. Fernando Gomes, que ocupa, por inerência, um lugar na direcção da Federação, não deveria vir dizer-nos o que pensam os representantes do futebol profissional de toda esta situação?
Não tenho, infelizmente, a ilusão de pensar que a Liga venha a assumir uma posição pública sobre este assunto, mas não duvido que ela era necessária e era devida.
Até porque considero que, entregar a responsabilidade dos destinos da selecção nacional de futebol a um grupo de dirigentes amadores não parece, no contexto do futebol actual, fazer qualquer sentido.
Mas não deixa de ser curioso que os representantes do futebol profissional não pareçam estar preocupados com este assunto e não se sintam obrigados a expressar o seu entendimento sobre matéria tão importante.
Decerto que existem, subjacentes a toda esta problemática, muitas e boas razões que justificam o comportamento das partes.
Resta-nos esperar que, relativamente à esmagadora maioria dessas razões, a Razão não as desconheça...

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